Escorpiano da Lua

quinta-feira, outubro 20, 2005

Sonhei com você

Ya no quiero vivir con los temores
que prefiero entregarme a la ilusión
y lo que creo, defenderlo con firmeza,
sin historias que me abulten el colchón

Y si un día me siento transformado
y decido reorientar la dirección,
tomaré un nuevo rumbo sin prejuicios
porque en el cambio esta la evolución

Evolucion, en el cambio esta la evolución

Que mi camino se encuentre iluminado
y la negrura no me enturbie el corazón
discernimiento al escoger entre los frutos,
decisión para subir otro escalón
Vivir el presente hacia el futuro
guardar el pasado en el arcón,
trabajar por el cambio de conciencia,
dibujar en el aire una canción

Una cancion en el aire, una canción...

Dibujo en el Aire - Chambao

terça-feira, outubro 18, 2005

Vote 2

Hoje queria abrir um parênteses, deixar de lado a poesia, os pensamentos subjetivos e as entrelinhas. Não quero falar de amor, e sim de vida. Talvez seja impróprio esse meu apelo, visto que quem passa por aqui tem ao menos um pouco de amor no coração, porque eu queria mesmo era falar com as pessoas que não dão atenção para a vida alheia.

Parem, por favor, com as brigas de torcidas. Futebol tem que ser emoção e divertimento e não sangue e selvageria. Se você dirige, não corra, use cinto de segurança e ensine as crianças a usarem também. Não custa nada e pode salvar sua vida. Parem com manifestações estúpidas, mas se for necessário lutar pelos seus direitos, não descarreguem seu ódio nos policiais, porque eles estão apenas fazendo o trabalho deles.

Pelo amor de Deus, ou de Alá, Buda, Maomé, Ogum, ou seja lá em que você acredita, mas pelo amor à humanidade, chega de violência. E já que você vai ser obrigado a votar no dia 23, use a última gota de esperança por um mundo melhor e vote 2. Você pode até achar que tem o direito de se defender, mas eu acho muito mais importante o meu direito à vida.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Romeu

Te falei das flores do início da primavera? É uma chuva constante de pequenas pétalas roxas que se espalham pelas ruas, calçadas e até naquele parque que em que passeio sempre. São flores miúdas e sem valor, mas deixam no ar a sensação de frescor das coisas boas da infância, de quando nossa liberdade vigiada era tudo que tínhamos. Por aqui não existem rosas colombianas, begônias holandesas e tampouco orquídeas nepalesas, se é que elas existem. São apenas flores-que-não-sei-o-nome, bem daquele tipo que eu gosto, pois acho que flores que tem preço estipulado não valem tanto quanto essas pequeninas flores bastardas que se parecem tanto com o amor verdadeiro: gratuito e sincero.

Não sei se te contei, meu amor, que nesses tempos a Lua cheia deita sobre mim com sua luz triste por uma pequena brecha entre duas copas frondosas de árvores, aquelas mesmas que deixam cair constantemente suas flores. Sentado naquele banco de cimento eu me sinto como um pequeno Romeu olhando sua amada Julieta na sacada do casarão dos Capuleto. E eu, que nem um Montecchio sou, divido essas flores contigo pensando que tipos de venenos e poções tenho nos bolsos agora. There are more things in heaven and earth, Horatio, that are dreamt of than in your philosophy.

Ah Horatio...

E já que falamos sobre Luas e casarões, eu também não sei se te falei da casa da condessa, onde a Lua se esconde todos os dias quando quer descansar. Me disseram que morou ali uma condessa, ou uma marquesa. Talvez fosse até princesa. Mas agora nunca saberemos, porque a casa em ruínas transformou antigos sonhos em poeira, esperanças em paredes carcomidas e o mato cresce por todo lado como o ódio que se espalha pelo mundo nos dias de hoje.

Se eu não havia dito nada disso antes, me perdôe, não foi por mal. Mas é que tem dias que eu queria te dar um pouco mais de mim, já que é tão pouco o que tens. E como agora sei que não adianta apenas poder olhar um para o outro, sem ter nada a dizer, fico te contando minhas mentiras verdadeiras, pra te ver sorrindo em meus sonhos de criança que já cresceu.