Escorpiano da Lua

terça-feira, janeiro 11, 2005

Eclipse

Mais do que uma simples Lua, era um farol que iluminava a noite abafada e conduzia um navegante, daqueles dos mais errantes, para uma praia calma e de ondas suaves. Mais do que um Sol, era um astro perdido que lançava seus raios imaginários, ainda que quentes e amarelos, em as direções perdidas.

Era preciso aquecer, ele dizia, ainda que seus raios não refletissem de volta. Era necessário iluminar, ele insistia, mesmo que para isso fossem consumidas todas as suas reservas de energia, e não restasse mais dada à sua volta do que o frio vazio desse espaço atemporal.

Ela queria sorrir sentindo em sua superfície alva o calor de um sol que brilhava longe demais. Ela sabia, como todas as Luas e pseudo-Luas um dia irão saber, que o amor é uma dádiva e que o destino, esse sábio senhor sincronizador de tempo e espaço, algum dia olharia para ela com a devida atenção.

Então, eclipsaram-se.

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